domingo, 15 de abril de 2007

Om Nama Shivaya


Shiva é ainda Ashutosha - 'Aquele que se basta', o Senhor do Desapego. Aceita de bom grado o que lhe é oferecido valorizando desse modo, mais a intenção do que o objeto oferecido.

Como uma lembrança do que é impermanente ou da constante mudança, Shiva é Akasha - o éter, o sem forma. Os fiéis de Shiva neste estado o veneram em ritos usando uma pedra normalmente colhida no Rio Ganga ou no Rio Gandaki no Nepal, para representar a sua imagem sem forma. E transcendendo o estado de Akasha encontramos a 'consciência pura'.

Com todas estas manifestações através das formas e da não-forma, de sua dança através dos tempos, encontramos nos Svetasvattara Upanishads uma menção sobre "este Deus (que) é o artesão do Universo, o Ser Supremo. (Ele) mora eternamente no coração das criaturas". E ainda é dito que "quando não há trevas, não há nem dia nem noite, nem ser nem não-ser, então (este) é Shiva , o Absoluto, é o Imperecível".

Para que os devotos lidem com todas estas representações, é pedido a eles que adorem não os nomes e as formas, mas o dinamismo, a torrencial corrente cósmica de fugazes evoluções, que continuamente produz e aniquila as existências individuais; como gotas de uma poderosa queda d'água. O indivíduo passa a ter uma atitude, identificando sua mente com o princípio que lhe dá existência. Que o lança para dentro de um processo de crescimento, eliminando as contradições existentes em seu caminho. Assim ele se sente como parte desta força suprema. Tanto os pesares quanto as alegrias são transcendidas na entrada em um estado puro, livre de opostos.

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